Vagner Freitas diz que a
CUT vai às ruas conscientizar os trabalhadores, pressionar deputados e
senadores com a campanha “Se votar, não volta” e, se necessário, convocar greve
para impedir a reforma.
A CUT prepara uma série de ações para unir a classe
trabalhadora, as associações comerciais, os prefeitos de cidades de pequeno
porte e a população em geral para impedir a reforma da Previdência, que o
governo de Jair Bolsonaro deverá apresentar ao Congresso Nacional por meio de
uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Na primeira reunião do ano da Direção Executiva da CUT, realizada em São Paulo, nos dias 13 e 14, foram discutidas as estratégias e ações em defesa dos direitos da classe trabalhadora, entre elas a convocação de uma greve contra a reforma da Previdência, que será desencadeada em todo o país, com o apoio de movimentos sociais e das demais centrais sindicais.
Sindicalistas de todo o país discutiram também um
calendário de lutas contra o fim da aposentadoria; um ato por Lula Livre, em 7
de abril, quando a prisão política do ex-presidente completa um ano; em 1º de
Maio, quando deverá ser realizado um ato unificado pelo Dia Internacional do
Trabalhador; e em 8 de Março – Dia Internacional das Mulheres.
Segundo o presidente da CUT Vagner Freitas, será na
Assembleia da Classe Trabalhadora, com as demais centrais sindicais, no próximo
dia 20 (quarta-feira), na Praça da Sé, em São Paulo, que a CUT vai ouvir os
sindicatos do país e decidir que instrumentos de luta serão colocados em
prática.
Estamos construindo a resistência que
pode chegar numa greve- Vagner Freitas
Vagner, no entanto, adianta, que antes de uma
greve, a CUT fará ações de conscientização da classe trabalhadora contra
reforma da Previdência por meio de redes sociais; de pressão junto aos
parlamentares nos aeroportos, em suas bases eleitorais e no Congresso Nacional
com a volta da campanha "Votou, não
volta"- que ajudou os trabalhadores a conhecer os parlamentares
que traíram a classe trabalhadora votando a favor da nefasta reforma
Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB) – muitos não voltaram para Brasília
porque não foram reeleitos.
“Vamos para este embate porque a reforma da
Previdência que Bolsonaro propõe, que obriga homens e mulheres a se aposentarem
aos 65 anos de idade e cria o modelo de capitalização e poupança para os
trabalhadores mais jovens, que já não deu certo em diversos países da América Latina,
prejudica diretamente a classe trabalhadora, em especial os mais pobres”, diz o
presidente da CUT.
Segundo ele, o governo Bolsonaro quer acabar com a
Previdência e com o regime de seguridade social. Por isso, a CUT vai organizar
os trabalhadores, os comerciantes e os prefeitos de pequenas cidades de até 100
mil habitantes, que dependem dos recursos que os aposentados recebem para
movimentar a economia local.
“Eles já transformaram emprego em bico, criaram
emprego sem qualidade, não valorizaram o salário mínimo e esquecem que a renda
das cidades pequenas vem da Previdência, do pensionista que hoje sustenta a
família porque o jovem está desempregado e isto tem um imenso impacto no
comércio dessas cidades”, afirma Vagner.
Para o presidente da CUT, o governo terá
dificuldades em aprovar a reforma da Previdência e por isso, tenta envolver
prefeitos e governadores para fazer a reforma do setor público e ganhar a
confiança deles.
Ainda assim, segundo Vagner, é preciso fazer o
enfrentamento, conscientizando os trabalhadores que eles têm de vir para a sua
autodefesa, que o governo vai ter enganá-los dizendo que a nova Previdência é
um fundo , que os trabalhadores estarão contribuindo pra própria aposentadoria
e não para quem é privilegiado.
“É uma mentira, o sistema de capitalização é uma
‘ajuda’ que o governo está dando para o setor financeiro. O trabalhador vai ter
de, junto com o governo, comprar título de previdência de banco, e banco foi
feito pra dar lucro para o dono e não ser coerente e fazer justiça social”, diz
Seguridade em risco
Vagner alerta que os trabalhadores têm de saber que, com a reforma, ao se acidentarem no ambiente de trabalho não terão mais seguro porque é a Previdência que paga esse tipo de auxílio.
“Bolsonaro está acabando com a seguridade social”