Decisão foi tomada nesta terça em
reunião da CUT e outras nove centrais sindicais. Para Vagner Freitas,
sindicatos têm de derrubar o discurso do governo Bolsonaro e mostrar que
reforma é ruim para o trabalhador.
Por: Rosely Rocha/CUT-Brasil
A CUT, Força Sindical, CTB,
UGT, CSB, intersindical Luta e Organização, CSP-Conlutas, Intersindical-Central
da Classe Trabalhadora, CGTB e NCST decidiriam, em reunião nesta terça-feira
(26), em São Paulo, realizar, em 22 de março, um Dia
Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Previdência. A mobilização,
segundo os sindicalistas, é um aquecimento rumo a uma greve geral em defesa das
aposentadorias.
Na avaliação dos dirigentes, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019) que o governo de Jair Bolsonaro
(PSL) entregou ao Congresso Nacional na semana passada é muito pior do que a do
ilegítimo Michel Temer (MDB), derrubada pelos trabalhadores e trabalhadoras
depois da maior greve geral da história, em abril de 2017.
A PEC da reforma de Bolsonaro
dificulta o acesso e reduz o valor dos benefícios ao estabelecer a
obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens, 62 para as mulheres
e aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos, além de retirar da
Constituição o sistema de Seguridade Social brasileiro.
“Todos são prejudicados, os
que já estão e os vão entrar no mercado de trabalho, os aposentados e os que
estão prestes a se aposentar”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas,
reforçando que é preciso fazer uma grande manifestação para barrar a aprovação
desta reforma"
A única saída é o
enfrentamento- Vagner Freitas
Além do dia de mobilização, as entidades decidiram aumentar a pressão junto aos parlamentares, seja em suas bases ou nos aeroportos, em todos os locais onde eles circulem para que todos saibam que se “votar, não volta”.
A CUT e demais centrais
deverão se reunir também com os movimentos sociais, lideranças partidárias e
religiosas, estudantes e mulheres para deliberar uma forma conjunta de luta
contra o fim da aposentadoria.
Os sindicalistas também
endossaram o apoio ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para mostrar as
trabalhadoras que elas são as mais prejudicados com a reforma da previdência.
Pelas regras atuais, uma
mulher de 55 anos e com 25 anos de contribuição teria de trabalhar mais cinco
anos para se aposentar por idade e conseguir receber o benefício integral. Ou
seja, estaria aposentada aos 60 anos e com 30 anos de contribuição.
Mas, a reforma de Bolsonaro,
além de impor a idade mínima de 62 anos tem regras de transição duríssimas. Se o Congresso aprovar a PEC,
essa mesma mulher terá de trabalhar mais sete anos (55 + 7 = 62) para se
aposentar por idade. Ainda assim, ela só chegaria a 32 anos de contribuição (25
+ 7 = 32) e não se aposentaria com o benefício integral, que, pelas novas
regras, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição.