Antônio Joaquim, que é agente de saúde, recolhe as mensalidades dos ACS e ACE, mas está há dois anos sem fazer o repasse para o sindicato
Após a apuração de denúncias feitas por agentes comunitários de saúde e de combate às endemias de Japaratinga, o SINDACS-AL constatou irregularidades no repasse das contribuições sindicais, que estão sendo descontadas há dois anos, mas nunca caíram na conta da entidade.
Atualmente, o secretário de saúde do município é Antônio Joaquim, que também é agente comunitário de saúde. Para Fernando Cândido, presidente do sindicato da categoria, a coincidência torna a denúncia ainda mais desapontadora. “Ele é agente de saúde e assumiu o cargo de secretário durante a atual gestão. A partir daí isso gerou uma expectativa de que seria possível avançarmos nas nossas reivindicações e nas nossas conquistas, mas o fato é que infelizmente isso não ocorreu”, comentou.
Além da denúncia sobre a retenção dos repasses da contribuição sindical, o presidente do SINDACS-AL também destacou que atualmente os agentes de Japaratinga recebem apenas o piso salarial e o adicional de insalubridade. Todas as solicitações levantadas pela entidade foram ignoradas pelo atual secretário. “Embora o sindicato tenha reivindicado outros benefícios aos quais a categoria tem direito, como incentivo de final de ano, PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) e o incentivo para as ações de enfrentamento à COVID-19, infelizmente não conseguimos nenhum sinal positivo do Antônio Joaquim. O sonho da implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários passou longe de se realizar, pois ele sequer se dispôs a sentar conosco para discutir esse instrumento tão importante para a valorização dos servidores”, lamentou.
Nas eleições municipais deste ano, a atual gestão foi derrotada nas urnas e, com as mudanças de comando das pastas de Japaratinga, é provável que o secretário Antônio Joaquim seja exonerado. “É possível que ele precise retomar o cargo de agente comunitário de saúde e tenha que provar do próprio veneno. Tudo o que ele terá é o salário base e o adicional de insalubridade”, concluiu Fernando Cândido, que se comprometeu a retomar as reivindicações em defesa da categoria com os novos gestores em 2021.