CUT e demais centrais sindicais decidem realizar ato conjunto no dia 11 de julho
25/06/2013
Vamos levar às ruas, mais uma vez, a pauta da classe trabalhadora e as bandeiras dos manifestantes, que levantaram pautas nossas, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas
Escrito por: Marize Muniz
São
Paulo – A CUT, as demais centrais sindicais (CTB, Força, UGT,
CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST), e o MST decidiram, em reunião
realizada nesta terça-feira (25), em São Paulo, organizar atos conjuntos
– do movimento sindical e social - no próximo dia 11 de julho em todo o
País – e também os itens da pauta que serão levados à presidenta Dilma
Roussef, em audiência que será realizada amanhã (26), no Palácio do
Planalto, em Brasília.
As
paralisações, greves e manifestações terão como objetivo destravar a
pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos
ministérios e também construir e impulsionar a pauta que veio das ruas
nas manifestações realizadas em todo o país dos últimos dias.
“Vamos
chamar à unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais para
dialogar com a sociedade e construir uma pauta que impulsione
conquistas, as reivindicações que vieram das ruas à pauta da classe
trabalhadora”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Segundo
o dirigente, além de mais investimentos em saúde, educação e transporte
público de qualidade, como os manifestantes pediram e que é também uma
pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras, os atos de julho irão
reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator
previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução
do salário, a reforma agrária e o fim do Projeto de Lei 4330 – “esse PL
nefasto que acaba com as relações de trabalho no Brasil e é, na verdade
uma reforma trabalhista escondida atrás de uma proposta de
regulamentação da terceirização”, de acordo com Vagner.
“O
que motivou a população a ir às ruas, a princípio, foi a revogação do
aumento da tarifa do transporte coletivo. Concordamos que o transporte
coletivo tem de ser subsidiado pelos governos, mas isso não pode impedir
investimentos em saúde, educação e segurança e transporte de qualidade
para a classe trabalhadora”, apontou o presidente da CUT.
Para
ele, o Brasil melhorou muito nos últimos dez anos, mas a melhora foi
mais da porta para dentro do que da porta para fora. “A insegurança
aumentou, a piora nas condições do ensino e da saúde está fazendo com
que o trabalhador gaste as conquistas, os ganhos salariais em escola,
saúde e segurança privados”, justificou Vagner.
“Não
fizemos as mudanças estruturais necessárias, a reforma agrária não
ocorreu, o sistema político está falido, a representatividade não é
democrática, as pessoas não são ouvidas, só elegem. A sociedade tem de
controlar o trabalho dos políticos depois das eleições,” completou o
dirigente.
Plebiscito
Sobre
o plebiscito proposto ontem pela presidenta Dilma Rousseff para
consultar a população sobre a Reforma Política, Vagner disse que a
proposta é positiva porque o povo brasileiro quer participar.
Segundo
ele, independentemente do debate técnico sobre a constitucionalidade ou
não da consulta popular, a proposta é positiva porque a sociedade tem
de ter mecanismos para vigiar.
“Ouvir
o povo é importante. Os governantes têm de ter esse tipo de postura –
que a presidenta Dilma teve – de, durante seu mandato ouvir os
eleitores, isso é democracia representativa”, disse Vagner, esclarecendo
sempre que não estava falando da Constituição, de questões jurídicas e,
sim, da importância de se ouvir a opinião da população.
“Votar
não é dar tutela. Tem de ouvir a voz que veio das ruas e o que veio
foi, principalmente, a insatisfação do povo com a prática política
pequena, para dentro e não para fora. O povo não aguenta mais e quer
participar”, concluiu Vagner.
O
calendário de mobilizações construído hoje, as manifestações e
paralisações no dia 11 de julho será debatido pela Direção Nacional da
CUT, que se reunirá em São Paulo na próxima quinta-feira, dia 27. Só
neste dia, a CUT vai referendar, oficialmente, o calendário.
Pela
CUT, participaram da reunião desta terça-feira, na sede da UGT, além de
Vagner, Julio Turra (diretor Executivo), Valeir Ertle (secretário
adjunto de Organização) e Quintino Severo (secretário de Administração e
Finanças).