Não à recessão, pela redução das taxas de juros
27/07/2015
CUT e centrais emitem nota conjunta contra a política econômica do governo
Escrito por: CUT, FS, UGT, CTB, NCST e CSB
As centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova
Central e CSB – vêm a público manifestar posição contrária à política
econômica do governo, caracterizada pela elevação da taxa básica de
juros e o aperto fiscal.
A taxa Selic atual já atinge 13,75% ao ano, que significa, confirmada a
previsão de inflação dos próximos 12 meses, segundo o Banco Central de
6,10%, uma taxa básica de juros reais de alarmantes 7,2% ao ano.
Enquanto isso, a taxa de juros nos EUA e no Japão é negativa e, na
Europa, levemente positiva.
Essa política derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de
trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de
consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos
empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico
futuro.
A indústria encontra-se, em termos de produção física, abaixo da média
do ano de 2008. O comércio apresenta uma inflexão negativa consolidada
após anos de crescimento. Os serviços já se encontram em trajetória de
desaceleração e os investimentos, não só permanecem em trajetória de
queda, como a piora sobre a percepção futura limita qualquer expectativa
de recuperação no curto prazo. Nesse contexto adverso somente os bancos
estão ganhando. Depois de acumularem lucros muito maiores em 2014 (o do
Itaú foi 30% maior e o do Bradesco, 25%) a despeito da estagnação
econômica geral, os balanços do primeiro trimestre de 2015 atestaram
novos aumentos dos respectivos lucros.
Para as centrais sindicais abaixo assinadas, o aumento da taxa de juros
tem sido ineficaz no combate a inflação, encarece o crédito para
consumo e para investimentos, causa mais desemprego, queda de renda,
piora o cenário de recessão da economia e ainda contribui para diminuir a
arrecadação do governo. E mais, concentra cada vez mais renda nas mãos
de banqueiros e especuladores financeiros.
Nós, representantes das principais centrais sindicais brasileiras,
defendemos a imediata redução da taxa de juros e a implementação de uma
política que priorize a retomada do investimento, o crescimento da
economia, a geração de emprego, a redução da desigualdade social, o
combate à pobreza e a distribuição de renda.
São Paulo, 27 de julho de 2015.
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FS – Força Sindical
UGT – União Geral dos/as Trabalhadores/as
CTB – Central dos/as Trabalhadores/as Brasileiros
NCST – Nova Central Sindical dos/as Trabalhadores/as
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros