quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Agentes de combate às endemias em greve participam de ato para pressionar Rui Palmeira



Paralisação parcial das atividades já dura mais de um mês e prefeitura permanece não cumprindo a lei do piso salarial da categoria

Os agentes de combate às endemias de Maceió deflagraram greve há mais de um mês. A reivindicação está embasada na Lei Federal 13.708/18, que estabelece a implantação do piso salarial para a categoria em todo o Brasil. Em Alagoas, Maceió é o único município que paga aos trabalhadores um valor abaixo do praticado nacionalmente.

O vencimento inicial dos agentes de saúde em todo o Brasil é de R$ 1.250,00 (mil duzentos e cinquenta reais), mas o piso salarial dos agentes de endemias vigente em Maceió é de R$ 1.100,00 (mil e cem reais).

Encabeçada pelo Movimento Unificado dos Agentes de Saúde de Maceió, a luta pela implantação do piso já vem acontecendo há quase um ano e, desde a paralisação parcial das atividades, em 13 de setembro, o Tribunal de Justiça de Alagoas já convocou as partes para três audiências de conciliação. A última ocorreu no dia 22 de outubro, mais uma vez sem uma resposta positiva para os trabalhadores.


COMEMORAR O QUE?

            No dia 28 de outubro é comemorado o Dia do Servidor Público. Em alusão à data, na manhã da última quarta-feira (23), os agentes de combate às endemias participaram de um ato promovido pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos de Maceió, no bairro do Jaraguá. O objetivo foi pressionar o prefeito e cobrar os direitos básicos dos profissionais. 

            De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde de Alagoas (Sindacs-AL), Fernando Candido, servidores de diversas áreas estiveram presentes para reivindicar direitos que não estão sendo respeitados pela gestão, como progressão por mérito e título, insalubridade, reajuste salarial e também a não implantação do piso salarial dos agentes de combate às endemias. “Foi um ato que reuniu enfermeiros, médicos, professores, agentes comunitários de saúde e de combate às endemias em alusão ao dia do servidor, pois infelizmente nós não temos nada a comemorar”, afirmou.


DESCASO

Em boletim epidemiológico divulgado no dia 11 de setembro pelo Ministério da Saúde, Alagoas figurou o maior aumento de casos prováveis de chikungunya em 2019. Além disso, só esse ano já foram registrados mais de 30 casos de zika em gestantes no estado. Diante de um cenário preocupante como esse, o trabalho de profissionais como os agentes de endemias se faz imprescindível. 

“O não cumprimento da lei, por parte da Prefeitura Municipal de Maceió, demonstra a falta de comprometimento não apenas com os agentes que estão reivindicando os seus direitos, mas também com a população, que depende das ações de saúde promovidas por esses trabalhadores”, comentou Fernando.